30 janeiro 2006

Modernizar as empresas portuguesas

As empresas portuguesas estão a passar um período difícil com a crise económica em Portugal. Nem todas eu sei, mas quantos bancos há em Portugal ? Fora essas excepções, como podemos modernizar empresas com poucos recursos financeiros?
Há neste momento um conjunto de aplicações open-source de e-business que o IAPMEI bem poderia promover.

Listo aqui aquelas de que tenho conhecimento:

MP-Biz (Evaristo) - a única genuínamente portuguesa

OfBiz - Open for Business - muitas referências
Compiere - ERP e CRM -muito profissional
GNU Enterprise Small Business - parece precisar ainda de bastante trabalho

Governos como aceleradores

Vamos ter por aí uns visitantes ilustres que vão tentar convencer os nossos governantes que a inovação se controi comprando os produtos deles. Numa tentativa de iluminar esses mesmos governantes sobre como de facto podem contribuir para acelerar a inovação, remeto-os para este editorial do Consortiuminfo.org intitulado "GOVERNMENTS AS ACCELERATORS".

Aqui se descreve como há cerca de um século os governos resolveram estabelecer normas relativamente ao caminho-de-ferro, decretando a uniformização das larguras de linhas, e permitindo assim a interoperabilidade dos transportes. Estamos neste momento num ponto de inflexão semelhante no domínio do software, e as administrações públicas podem contribuir para uma aceleração das oportunidades de desenvolvimento se mandatarem normas de interoperabilidade nas tecnologias de informação.

Leitura recomendada.

25 janeiro 2006

Investimento, inovação e dependência

Segundo a OCDE e a Eurostat, Portugal investiu em 2001 0,84 % do seu Produto Interno Bruto em Investigação e Desenvolvimento. Por comparação, temos:
Suécia : 4.27 %
Finlândia: 3.42 %
Alemanha: 2.51 %
Dinamarca: 2.39 %
..
República Checa: 1,91 %
..
Portugal; 0,84 %
Temos uma esperança - o crescimento deste indicador entre 1996 e 2001 foi de 47 %. Mas não sei se nos últimos anos de crise esse crescimento se manteve...

O que tem isto a ver com o software? Tem a ver com a nossa cultura de que não é necessário investir em software nacional, basta comprar o que as multinacionais nos vendem.

Este sim é um sinal de subdesenvolvimento. A falta de inovação traz a dependência.

24 janeiro 2006

Portugal e Dinamarca

Portugal tem 10 milhões de habitantes. A Dinamarca tem 5 milhões de habitantes. Portugal produz 19.400 dólares por pessoa. A Dinamarca produz 28.900 dólares por pessoa.

Portugal compra software pela marca. A Dinamarca compra software pelas suas especificações.

Chegou a estar prometido em Portugal um documento de interoperabilidade com recomendações das normas abertas adoptar pela Administração Pública nas suas aquisições. Esse documento nunca viu a luz do dia. Num Estado sem dinheiro, não há nenhuma política governativa de adopção de software aberto pela Administração Pública, para ajudar a reduzir o défice.

Na Dinamarca já em Outubro de 2002 era publicado um relatório sobre Open Source na Administração Pública com análise do impacto económico e social da sua adopção. Em Setembro de 2005 o Ministério da Ciência. Tecnologia e Inovação publicou um relatório sobre migrações de suites de Office na Administração Pública dinamarquesa.
Na Dinamarca exsite uma Associação de Fornecedores de Open-Source com 29 membros.
Na Dinamarca um grupo de estudantes lançou uma cerveja open-source :-) .

Onde referi a Dinamarca poderia estar a referir a Holanda, ou a Finlândia.

O tamanho não nos desculpa. Só mesmo a falta de rigor e de inovação.

Já que não há links portugueses neste post, por razões óbvias, leiam os links dinamarqueses..