Esta decisão acontece apesar da pressão da Microsoft que tem um importante Centro de Desenvolvimento de Software na Dinamarca.
Enquanto isso Portugal continua omisso relativamente a normas de software, deixando o campo aberto à lei do mais forte e do monopólio de facto.
E na falta de uma discussão pública e aberta, o Caderno de Encargos do Magalhães 2 (acessível apenas a quem desembolse 500 Euros) pede para as crianças portuguesas um "office que permita abrir e escrever documentos OOXML"..
Não pede de um modo genérico uma aplicação que permita desenvolver as suas capacidades de escrita e de desenho, ou de arrumação de ideias.
Não pede algo que tenha sido discutido publicamente por pedagogos como o mais adequado a um público infantil.
Nem sequer pede uma aplicação que suporte normas, como as normas ISO 26300 (vulgo ODF) e ISO 29500 (uma variante dos formatos MS Office 2007 ainda nem sequer implementada pela própria [ 1].
Não pede uma norma que poderia ter sido adoptada pelo Ministério, para evitar a confusão de formatos de documentos que o lançamento do MS2007 nos computadores do e-professores lançou nas escolas.
Não.
Nada pede nada fundamentado em pedagogia ou normas existentes em Portugal.
Pede um office OOXML.
Ponto.
Dinamarca 1 - Portugal 0
[1] "ODF support was a priority for Microsoft, Micosoft's Doug Mahugh noted, adding that “real world” customers say that there is a pressing need for PDF support. “At this point there are no products using [ISO/IEC 29500] in the marketplace.” SDTimes
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