25 fevereiro 2008

Os favores da Microsoft

O anúncio da Microsoft da publicação das interfaces com vários dos seus principais produtos contém vários aspectos positivos:
- após anos de guerra com a Comissão Europeia, várias multas e condenações, a Microsoft vê-se na circunstância de ter de publicar vários protocolos de comunicação com alguns dos seus principais produtos.
- empresas comerciais que estejam disposta a pagar as royalties pedidas pela Microsoft terão mais facilidade em interagir com os seus produtos

Contém também uma grande armadilha:
- ao realçar as patentes que considera ter em vários domínios, prepara-se para exercer acções judiciais para quem considerar estar a "fazer dinheiro" com a sua propriedade intelectual. Mesmo que essa patentes não sejam reconhecidas na Europa, e que várias delas não façam sentido (ex: patente por representar um documento de texto em XML).

Sobre isto tudo, recomendo o extenso artigo no site Groklaw.

A Microsoft sempre utilizou a propridade intelectual de outros. Sempre copiou descaradamente o "look and feel" da Apple, imitou o aspecto do Wordperfect no Word, baseou o Internet Explorer no NSCA Mosaic, apoiou-se nítidamente na plataforma Java para criar a plataforma .NET e C#. Que seria da Microsoft se tivesse de pagar direitos pela Internet, pelo TCP/IP. pela World Wide Web? Todos aprendemos com todos. Mas quando se trata do que a Microsoft produz, tudo é fechado, protegido por patentes, códigos secretos, propriedadee intelectual...

Este anúncio, com disse, facilitará a vida às empresas comerciais que queiram interagir com o "mundo Microsoft". Mas deixa a ameaça sobre o mundo do software livre - "paguem ou.."

O que acima de tudo deveremos promover é a utilização de normas abertas, sem royalties, sem descriminações, como o TCP/IP, base da Internet.

Com normas abertas conseguiremos um mundo em que não tenhamos de pagar imposto para ler o mail (patentes de Exchange/MAPI), que não teremos de pagar imposto para ler os documentos que produzimos (patentes de MS Office), para ouvir música (patentes de WMA).

Com normas realmente abertas, com software livre, não dependeremos dos favores de ninguém.

4 comentários:

Carlos Afonso disse...

Cory Doctorov publicou no Guardian um artigo sobre propriedade intelectual. O problema começa pelo nome esquecendo-nos que de facto estamos a falar de conhecimento (saber).

Propriedade Intelectual

Anónimo disse...

É como este blog, se um gajo quer rir das parvoices do dono.... é simples ... é só vir consultar e não tem de pagar nada.

Anónimo disse...

Se um gajo quer rir basta usar produtos microsoft...

Anónimo disse...

Usar produtos da micro$oft é mais razão para chorar do que para rir!