26 janeiro 2007

7 a 9 de Fevereiro: 3º Encontro Internacional do Software Livre em Badajoz

Realiza-se entre 7 e 9 de Fevereiro em Badajoz o 3º Encontro Internacional do Software Livre, (CISL 2007) organizado pelas Juntas da Extremadura e da Andaluzia.
A lista dos patrocinadores é impressionante...Movistar, Vodafone, El Corte Inglês, BBVA, Intel, Sun, IBM, Indra, Bull, Fundo Social Europeu, Ministério da Educação e Ciência...
É outra dinâmica.

Fiquei muito sensibilizado pelo site também em português. Merecem uma visita..

Como podem ter reparado pela entrada anterior, há no dia 8 um Evento em paralelo do Observatório de Open Source da Comissão Europeia.

Open Source News - Janeiro de 2007

As últimas novidades do Obervatório de Open Source do IDABC (Interoperable Delivery of European eGovernment Services to public Administrations, Businesses and Citizens) da Comissão Europeia.

NL: Growing support for council manifesto for open cities [19 January 2007]

FI: Ministry of Justice migrates to OpenOffice [19 January 2007]

DE-EU: Open Source migration German district Friesland on track [19 January 2007]

EU: Third of EU's IT services related to Open Source in 2010 [17 January 2007]

ES: Congress urges government to promote Free Software [16 January 2007]

FR-EU: Airbus' develops open source toolkit for mission critical applications [16 January 2007]

IT: Support for public administrations using Open Source [15 January 2007]

NL: Amsterdam installs Open Source on the desktop [15 January 2007]

FR: France to create a ‘Competitiveness Pole for Open Source’ to reinforce its growth [11 January 2007]


EVENTS – Free/Open Source Software events

DE: Workshop on Open Document Exchange Formats (ODEF) [28 February 2007]

BE: FOSDEM 2007 – Free and Open source Software Developers' European Meeting [24 February 2007]

ES: IDABC OSS event 2007 in Badajoz [08 February 2007]

ES: W3C Symposium on eGovernment [01 February 2007]

DE: 'Open Source Meets Business' conference [23 January 2007]


17 janeiro 2007

Manifesto das Cidades Abertas

10 cidades holandesas entre as quais Almere, Assen, Eindhoven, Enschede, Groningen, Haarlem, Leeuwarden e Nijmegen publicaram um Manifesto das Cidades Abertas em que definem as suas regras futuras em termos de contratação de Tecnologias de Informação e Comunicação:
  • Independência dos vendedores: Todo o software deverá funcionar igualmente bem em diferentes plataformas. Deverá ser possível a opção de fornecedores diferentes para a manutenção e suporte do software.
  • Interoperabilidade: O software deverá ter interfaces independentes das aplicações e suportar normas abertas segunda as definições do OSOSS (ver abaixo) nomeadamente para a edição de texto, correio electrónico, middleware e sistemas de informação geográfica.
  • Transparência, acesso e controlo: O mecanismo de processamento de dados pessoais deve ser transparente de acordo com as leis e o regulamentos em vigor, e deve proporcionar o acesso para auditorias e verificações de segurança.
  • Sustentabilidade digital: Todo o software deve poder ser suportado por vários fornecedores, e não apenas pelo fornecedor responsável pela implementação, permitindo inovações posteriores. Os dados devem ser armazenados em formatos abertos e bem documentados.
A definição de Normas Abertas segundo o OSOSS, ( Programa para Standards Abertos e Software Open-Source na administração pública) já são nossas conhecidas:
  • O standard foi adoptado e será mantido por uma organização sem fins lucrativos, e o seu desenvolvimento baseia-se num processo de decisão aberto (por consenso, maioria...) no qual possam participar as partes interessadas.
  • O standard foi publicado e o documento de especificações está disponível de forma gratuita ou por um custo nominal. Deve-se permitir universalmente a sua cópia, distribuição e uso sem encargos ou por um custo nominal.
  • A propriedade intelectual/ industrial do standard ou de partes deste é cedida sem que em nenhum caso haja lugar a contrapartidas financeiras.
  • Não existem impedimentos à reutilização do standard.
Seria bom que as nosas câmaras, o POSI e o sucessor da Direcção Geral do Património entranhassem estas regras, para que a nossa administração pública passasse a controlar os seus fornecedores, em vez de ser controlada por eles.

Notíciado pelo Trouw (em holandês) e pelo NewsForge(em inglês). Versão do manifesto em holandês aqui. ImTranslator disponível aqui. Agradece-se a quem conhecer um ainda melhor tradutor online. Podem usar este caso como teste...


14 janeiro 2007

Fortress - uma nova linguagem para HPC

Fortress é uma nova linguagem para High Performance Computing lançada pela Sun Microsystems. É uma linguagem desenvolvida de raiz, com a notação matemática embutida, e com execução paralela do código implícita, vectores, arrays e matrizes como tipos pré-definidos, e tipos de números inteiros e racionais com unidades físicas. Propõe-se substituir o Fortran, uma linguagem single-threaded, já que todos os novos desenvolvimentos científicos se apoiam largamente em clusters de computadores, e crescentemente em processadores multi-core.

Fortress é uma linguagem open-source, e está numa fase avançada de desenvolvimento.

Podem consultar as especificações da linguagem, ver o artigo na news.com ou consultar a página do projecto na Sun

Existe uma boa apresentação do Fortress por Guy Steele, o chefe do projecto,

A Xunta de Galícia aposta na normalização e no software livre

Após as Juntas da Extremadura e da Andaluzia, agora a Xunta de Galícia ( para escrever em galego) também aposta, embora mais suavemente, no software livre. Entre outros objectivos como levar a banda larga a 90 % da povoação em 2010, e criar conteúdos em galego, o "Plano Estratéxico Galego da Sociedade da Información (PEGSI) 2007-2010" define no capítulo de "Interoperabilidade, seguridade e coñecemento aberto" que o projecto de informação galego se desenvolve debaixo do conceito de interoperabilidade administrativa, suportada em normas abertas e plataformas tecnológicas de código livre.

Para evitar dúvidas é reafirmada a definição de normas (standards) abertos:
  • O standard foi adoptado e será mantido por uma organização sem fins lucrativos, e o seu desenvolvimento baseia-se num processo de decisão aberto (por consenso, maioria...) no qual possam participar as partes interessadas.
  • O standard foi publicado e o documento de especificações está disponível de forma gratuita ou por um custo nominal. Deve-se permitir universalmente a sua cópia, distribuição e uso sem encargos ou por um custo nominal.
  • A propiedade intelectual/ industrial do standard ou de partes deste é cedida sem que em nenhum caso haja lugar a contrapartidas financeiras.
  • Não existem impedimentos à reutilização do standard.
São publicados gráficos da utilização actual e prevista de software livre na Galiza:
Plataformas e aplicações da Xunta: 3 % actual - 12 a 26 % em 2010
Portais da Xunta: 40 % actual - 70 a 94 % em 2010
Plataformas empresariais galegas - 8 % actual- 12 a 22 % em 2010
Plataformas nas Câmaras(concellos) - 27 % actual - 32 a 42 % em 2010

Agradecimentos ao PSL Brasil

12 janeiro 2007

Novo relatório sobre o impacto de OSS na Europa

Surgiu um novo relatório sobre o impacto do software open-source na Europa:

"Study on the: Economic impact of open source software on innovation and the competitiveness of the Information and Communication Technologies (ICT) sector in the EU"

Está publicado no site da Comissão Europeia.


Algumas conclusões
  • A base existente de aplicações de software livre (FLOSS) custaria 12.000 milhões de Euros para ser desenvolvida comercialmente, com um contributo estimado por baixo de 131.000 pessoas-ano
  • Os serviços baseados em software livre (FLOSSS) poderão atingir uma quota de 32 % do total de serviços IT em 2010
  • O software livre poupa potencialmente 26 % no investimento de pesquisa e desenvolvimento na indústria de software, permitindo o aumento de lucros ou a canalização de recursos para mais investigação
  • A Europa lidera em termos de participação em projectos de software livre (FLOSS)
  • O software livre (FLOSS) pode encorajar a criação de empregos e PMEs através de um ambiente propício ao desenvolvimento de conhecimentos e à retenção de uma maior quota de valor. Dado a histórica menor capacidade da Europa de criar novos negócios no software quando comparada com os Estados Unidos, a maior quota de contribuidores de software livre existente na Europa dá-lhe uma oportunidade única de criar novos novas empresas de software e aproximar-se dos objectivos da Agenda de Lisboa de tornar a Europa a mais competitiva economia do conhecimento .

Recomendações
  • Evitar penalizar o software livre (FLOSS) nos incentivos e financiamento à inovação, pesquisa e desenvolvimento
  • Suportar o software livre (FLOSS) nos modelos pré-competitivos e na normalização
  • Evitar a prisão a fornecedores nos sistemas educacionais através do ensino de funcionalidades e não de aplicações específicas; encorajar a participação em comunidades do tipo do software livre (FLOSS)
  • Encorajar parcerias entre grandes empresas e PMEs e a comunidade do software livre (FLOSS)
  • Tratar as contribuições de software livre como donativos a instituições de solidariedade social para efeitos fiscais
  • Explorar de que modo o desacoplamento entre o hardware e o software pode conduzir a um mercado mais competitivo e facilitar formas de inovação não permitidas pelo modelo de integração vertical
Uma super-condensação deste extenso relatório. Há muito muito mais.

06 janeiro 2007

Quanto vale um fita?

Hoje tenho mesmo de falar da concorrência ao software livre, por causa de uma fita. Mais concretamente do "ribbon", o emblemático componente da nova interface com o utilizador do Microsoft Office 2007. De acordo com este blog, a Microsoft irá licenciar gratuitamente a interface com o utilizador do MS Office 2007 - excepto para produtos que concorram com o Word, Excel, PowerPoint, Outlook, ou Access (leia-se OpenOffice.org e StarOffice). A razão é o investimento de centenas de milhões de dólares na pesquisa e desenvolvimento da nova interface.

A Microsoft deveria ser a última empresa a sentir-se com autoridade para tentar limitar a replicação de uma interface com o utilizador, depois de todos os problemas judiciais com a Apple por causa da "emulação" constante que faz da companhia de Steve Jobs. Para exemplificar com os exemplos mais recentes lembremo-nos do video do New York Times sobre as"inovações" no Windows Vista já referido no Asterisco, e dos separadores no Internet Explorer 7, originalmemente surgidos no Opera e depois amplamente divulgadas pelo Firefox. Espero que esta tentativa seja contestada em tribunal. O normal será que seja rejeitada, pois as interfaces com o utilizador dos vários produtos de software têm vindo a ser continuamente influenciadas umas pelas outras. Mas a ser aceite, a Apple teria uma oportunidade de ouro para processar em grande a Microsoft..

Mas voltando à fita. A máquina de marketing da Microsoft já está a tentar convencer os clientes de quão mais fácil é a nova interface com o utilizador, e a convencê-los da necessidade de mudar. Tenho algumas observações a fazer.

A primeira prende-se com o que deve fazer o OpenOffice.org. Para além da questão judicial, deve-se ou não copiar a nova interface? A interface com o utilizador do OOo actual é muito semelhante ao do MS Office para facilitar a migração dos utilizadore actuais de MS Office. Não deverá existir pressa em "emular" a nova interface. Até haverá uma vantagem competitiva, vai ser mais fácil migrar para OpenOffice.org ou StarOffice do que para MS Office 2007.
Mais. O Firefox começou a impor-se não pela emulação do IE, mas pelas inovações na segurança e e nos separadores, por exemplo. O OpenOffice.org já inovou nos formatos XML, e vemos agora 7 anos depois a MS também a adoptar XML para formato de documentos. O OpenOffice.org tem tambem a vantagem do preço. Precisa de juntar a isso o conquistar os utilizadores finais com outras inovações. Talvez com as extensões comecemos a ver algumas coisas interessante que depois possam ser incorporadas no produto base.

É apelando à sedução e pressão dos utilizadores finais sobre as suas chefias que a MS pretende continuar a cobrar o preço anormal do seu Office. Pelo que vi da nova interface, ela é de facto interessante, e mais intuitiva do que a interface tradicional. Mas estamos a falar de quê? De escrever documentos, de fazer cálculos e apresentações. O que é mais importante para esses documentos e apresentações serem efectivos é o profissionalismo e criatividade de quem os faz ! Trata-se de uma ferramenta básica dos dias de hoje, como a caneta de ontem. Será que os grandes livros foram escritos com Montblanc ?

Os anglo-saxónicos têm uma expresssão omnipresente, o "value-for-money".
Com um produto gratuito como o OpenOffice.org, qual é o valor da "fita" do MS Office 2007? Vale o preço do upgrade da aplicação, e do PC ? Sim , porque para correr o MS Office 2007 com a sua outra nova característica, o "live preview", e com todas as simulações em tempo real que faz, será necesário um bom processador, 1 GB de memória ( a somar ao sistema operativo) e uma placa gráfica, . Pode ser que seja o que existe em vossas casas, mas não é certamente este o standard das empresas e ainda menos o da administração pública.

Quanto vale uma fita?