28 abril 2007

Obrigado

Obrigado pelos que têem "o melhor sistema operativo de sempre" - e a forçam toda a gente a abandoná-lo

Obrigado por induzirem os fabricantes de PCs a fornecer apenas um sistema operativo, e a inclui-lo no preço da máquina - assim parece mesmo que é de graça

Obrigado por cobrarem tanto pelos vossos outros produtos - assim não se gasta tanto dinheiro noutras coisas inúteis

Obrigado por tornarem os portugueses em "piratas" - que fariamos sem esta emoção de podermos ser apanhados

Obrigado por nos tirarem o embaraço da escolha no software - já basta ter de escolher entre telenovelas

Obrigado pelas empresas de software que ainda deixam existir - é sempre elogioso ser a próxima a ser eliminada

Obrigado pelo beija-mão dos nossos ministros ao vosso fundador - devem-se ter sentido tão orgulhosos..

Obrigado por falarem de Linux e open-source nas vossas campanhas de publicidade e em artigos como este, e descobrirem que há cada vez mais entusiastas dos mesmos - não fossemos nós pensar que estamos sózinhos

Obrigado por nos quererem fazer "começar de novo" e nos incitarem a ter a autoconfiança para o fazer - é tão estimulante

Obrigado por acharem que é necessária uma revolução para tornar a haver escolha - torna a vida tão mais interessante


Inspirado num artigo da PC Mais

25 abril 2007

Recomendações europeias sobre formatos abertos de documentos

O IDABC, orgão da Comissão Europeia, publicou novas recomendações sobre formatos abertos de documentos.

Recomendações para as administrações públicas europeias

  • Fazer o máximo uso das normas internacionais de troca e armazenamento de documentos
  • Utilizar apenas formatos implementados por vários produtos, de modo a evitar a utilização forçada de produtos específicos
  • Considerar a definição de requisitos mínimos relativos a funcionalidade de formatos de troca de documentos de forma a obter a procurarr obter a compatibilidade entre aplicações

Recomendações para a indústria

  • Trabalhar juntos com rumo a uma única norma internacional de documentos abertos, aceitável por todos, para documentos editáveis ou não editáveis
  • Desenvolver aplicações que trabalhem com todas as normas internacionais
  • Abster-se de oferecer extensões às normas internacionais relevantes
  • Fazer propostas para testes de conformidade

Lentamente caminhamos para a liberdade de criar novos produtos e para a sua interoperabilidade..

É pena, mas natural, que ao contrário do que afirma o Marcos Santos, isto aconteça através de todos os obstáculos levantados pela empresa em que ele trabalha.

24 abril 2007

Microsoft paga milhoes de dólares por prejuízos aos utilizadores

De acordo com este artigo da Ars Technica, a Microsoft concordou em pagar até 180 milhões de dólares aos habitantes do estado americano do Iowa devido aos prejuízos causados pelo elevado preço dos produtos Microsoft , atribuído aos efeitos das práticas anticompetitivas da empresa.
Esta decisão põe fim a um processo judicial, e contempla todos os utilizadores de produtos Microsoft de 1994 a 2006, que terão sido lesados pelo preço excessivo dos produtos monopolizados pela Microsoft.

OS clientes da Microsoft podem exigir de volta $16 por cópia de MS-DOS ou Windows, $25 por cada Excel, $10 por cada Word, e $29 por cada Office.

Creio que os custos artificialmente altos dos produtos Microsoft justificava uma ainda maior indemnização. Ao longo dos anos o preço do hardware desce contínuamente, e o mesmo deveria estar a acontecer no software.

Para já em Portugal ficaria satisfeito se a Autoridade da Concorrência obrigasse os fornecedores de PCs a oferecerem sempre dois sistemas operativos em alternativa nos seus produtos.
Quem quer organizar uma petição?

Creio que a Apple também não gostaria disto..

22 abril 2007

Linux 2007: o melhor

Que semana! O lançamento do Ubuntu 7.04 ! O lançamento do Thunderbird 2.0. Ambos provavelmente ignorados pela nossa imprensa, mas não pelo numero crescente dos seus utilizadores.. E o melhor Encontro Linux de sempre!

A qualidade anunciada dos oradores não desapontou, antes excedeu as minhas expectativas. Saber em primeira mão da adopção de Linux e OpenOffice.org em Munique, ouvir de viva voz os co-fundadores dos projectos PHP e SugarCRM, ter o privilégio de ouvir a a paixão de Sérgio Amadeu, ouvir a evolução dos projectos nos Ministério da Justiça..dei 5 na maior parte da avaliações das várias intervenções. Felicito vivamente Sybase, a Caixa Magica e a Adetti, o Eduardo Taborda, o Rui Ribeiro, a Sofia Luz, o Paulo Trezentos, e os demais envolvidos na organização. Espero que as apresentações estejam disponíveis na net em breve. Só tenho duas sugestões adicionais:
- sei que é uma decisão complicada, por causa dos gastos, mas o evento já merece um espaço maior
- o debate estava muito muito orientado para a Microsoft. Que tal algo mais positivo, como obter um comunidade mais interventiva, ou discutir o que é possível fazer em Portugal para aumentar a adopção do software livre?

06 abril 2007

Caro senhor

Vou desta vez fugir ao tema genérico deste blog, e falar de um tema mais genérico. Todo este assunto da licenciatura do senhor Sócrates me irrita. É para mim completamente indiferente se Sócrates é licenciado ou não - o que interessa é o modo como governa. Não sei se fico mais desgostado a pensar que o nosso primeiro-ministro mudou de Universidade por pensar que aí acabaria mais facilmente o curso, ou se com todo o ruído que se tem feito à volta do assunto, e com a utilização do facto como arma de luta partidária. Em Portugal liga-se demasiado aos títulos das pessoas, e muito pouco à sua competência, e ao trabalho realizado. Como se depois de um curso tirado já não fosse necessário continuar a trabalhar, e a estudar. Como se um curso fosse um fim em si, a não um meio de conseguir exercer uma determinada profissão. Como se fosse mais importante ser licenciado do que ser competente. Como se a aprendizagem não fosse necessária ao longo de toda a vida.

Acho é que é chegada a altura de acabarmos com mais uma das tradições retrógradas do nosso país, o elitista tratamento por senhor doutor, senhor engenheiro ou senhor professor. Sempre achei uma pretensa forma de respeito que mais não pretende senão manter uma distância entre classes sociais que é incompatível com uma democracia e uma sociedade assente na competência.

Caros senhores leitores, deixo aqui a minha provocação: vamos acabar com os senhores doutores e os senhores engenheiros. Vamos todos ser senhores ou senhoras. Ou Paulos, Manuelas, Josés, Carlas, Joaquins. Vamos ser mais competentes, e menos pretenciosos.