26 junho 2008

O futuro da Mobicomp

Foi hoje anunciado que está prestes a ser completada a aquisição da Mobicomp pela Microsoft. Para quem não a conhece, a Mobicomp é uma empresa extrememente dinâmica de Braga, que produz software para telemóveis, e que graças a bons produtos e muito esforço comercial se internacionalizou com sucesso. Mesmo sem esta aquisição a Mobicomp era uma empresa que honrava Portugal e que deu uma contribuição muito positiva para desmitificar a ideia de que em Portugal não há tecnologia de ponta. Os seus produtos estão implementados em várias plataformas (Symbian/Java/Nokia/Ericsson, Windows Mobile..), e tem como clientes a TMN, a Vodafone, a Optimus, e outros operadores no Médio Oriente.

A anunciada aquisição é mais um comprovativo de sucesso. Despertar a atenção da maior empresa de software é obra, e é mais um motivo para felicitar o Carlos Oliveira e a sua equipa.

E se até aqui temos tido uma história de sucesso, qual será o futuro da Mobicomp?

É certo que sendo adquirida por um empresa global o seu mercado vai alastrar geograficamente por todo o mundo. O que é positivo. Mas será que continuará com a independência de plataformas que a tem caracterizado? Ou será que a próxima versão dos seus produtos só funcionará em Windows Mobile ? Essa tem sido a normal aproximação da Microsoft. As suas aplicações funcionam apenas nos seus sistema operativos. Se assim acontecer, ficarão no futuro vedados à Mobicomp a esmagadora maioria dos telemóveis : os Nokia e Ericsson com Symbian e Java, os futuros com software da Google também com a plataforma Java, os iPhone . E isso seria uma pena, porque limitaria o crescimento potencial da Mobicomp, e retiraria muito da potencial vantagem para Portugal desta aquisição, o seu valor exportador, e a disseminação de tecnologia com origem em Portugal.

Vamos ver o que acontece.

Nota de rodapé: todas as entradas deste blog refletem únicamente as minhas opiniões pessoais, expressas fora do meu contexto profissional. As opiniões do meu empregador são reflectidas no seu site empresarial.

23 junho 2008

Java enriquece estado português

Já se sabia que as aplicações das Finanças portuguesas são baseados em Java. Agora vem a saber-se que também as multas estão a ser geridas por uma aplicação Java. Conforme notícia do IDABC e alerta do Rui Seabra, o Sistema de Contra-Ordenações de Trânsito está implementado em Java, com JBOSS.

Curiosamente, apesar de o lançamento da SCOT ter sido noticiado em 2007 nada foi na altura referido sobre a sua base tecnológica. A única referência técnica que encontrei é do Diário de Notícias, e refere as falhas de impressão com origem nos tablets "com software _________".

A minha primeira reacção foi "Será que voltámos ao tempo antes do 25 de Abril em que temos de ler notícias em orgãos de informação não portugueses para estarmos bem informados?" O Rui Seabra pergunta-se se o software não teve direito a mais publicidade por não ser da marca _________. Creio que esse é um factor real, mas mais porque nesse caso alguém do respectivo marketing não descansaria enquanto a notícia não fosse publicada com um destaque para o nome do fornecedor.
Como já referi noutros posts, creio que nos falta criar uma "central de marketing" do software livre, que alimente os nossos jornalistas com "press releases" e "success stories". Felizmente que podemos contar em parte com o IDABC, mas não chega.

Mas para além dessa interrogação fica a nota que dá origem ao título do blog. Quando o estado quer receber dinheiro usa aplicações abertas, usa Java.

(Quando quer desperdiçar dinheiro, usa ________ :-) )


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15 junho 2008

CDs de Software Livre na Escola - 2008




















Já não é novidade, tendo sido noticiado pelo Rui Seabra e pelo Tek Sapo, mas deixo aqui em primeira mão as imagens da edição 2008 dos CDs de Software Livre na Escola, editados pela Equipa CRIE do Ministério da Educação com a colaboração da Sun Microsystems. São dois CDs, um dos quais totalmente dedicado à Matemática.

Está na hora de se fazerem contas. As alternativas proprietárias deste software custariam bem mais de um milhar de Euros.

Felizmente que a ECRIE é sensível às necessidades e não às pubilcidades, e resolveu distribuir pelas escolas as ferramentas úteis que a comunidade open-source disponibiliza gratuitamente ao sistema educativo, quer neste versão para Windows, quer via Alinex. E tem no seu site um apoio continuado ao software livre nas escolas.

Ao mesmo tempo a Associação Software Livre mostra que existe uma adopção crescente nas escolas

Não é necessário dispender milhões de Euros em software para as escolas. O que é necessário é formação, e divulgação dese tipo de iniciativas.