Em Novembro escrevia neste Blog sobre "Os acorrentados", descrevendo a estratégia da Microsoft de interligar os seus produtos uns aos outros de tal forma que é difícil para um seu cliente seu mudar para outros produtos. Mas soube de um caso que eleva esta estratégia a um outro nível. Um cliente grande da Microsoft pediu-lhes uma proposta de renovação de contrato excluindo o Office. Recebeu a seguinte resposta: o preço dos nossos produtos sem o MS Office é MAIS 15 % do que o bundle completo...
Se isto não é abuso de posição dominante, o que é?
Entretanto, em debates públicos como o que ocorreu durante o Linux 2006 a Microsoft afirma que defende a Liberdade de Escolha...
31 março 2006
30 março 2006
Valor e Valores
Porque se deve escolher software livre em vez de software proprietário ? Pergunta errada. A pergunta certa para um gestor deve ser qual o valor do software que se está a implementar na empresa ou no organismo público e da sua adequação para resolver qualquer necessidade.
Comecemos por aí. Quantas vezes as especificações de empresas privadas ou públicas não são "quero o software da empresa X", ou o "software Y"? Muitas, demasiadas. Espero ver cada vez mais o que já vejo com alguma frequência, as especificação das necessidades e uma abertura franca às respostas diferente do habitual. E que essas respostas sejam avaliadas pelo seu valor - quer monetário, quer em termo de corresponderem às necessidades.
Estas necessidades não devem ser apenas as necessidades funcionais - se o software serve para o que se quer - mas também as não funcionais: O software é fiável? Há suporte real e indemnizações em casa de falhas graves? Há liberdade de mudar de fornecedor? Há suporte em várias plataformas? Tudo isto faz parte do valor do software.
A minha convicção é que a ponderação isenta de todos estes factores - preço, resposta à necessidades funcionais e não funcionais - levaria à adopção de software open-source mais frequentemente do que acontece hoje. Mas não sempre. É difícil ultrapassar com honestidade as ideias pré-formadas. O que importa é antes das escolhas definir critérios de valor. E depois ser coerente. E aqui entramos nos valores.
Para ser honesto tenho que poder avaliar o software independentemente das minhas ideias pré-concebidas. E vou ser claro - tenho uma ideia pré-concebida de que o software desenvolvido segundo uma metodologia open-source tem uma vantagem inerente sobre o software proprietário - pode evoluir muito mais rapidamente no sentido da satisfação dos utilizadores. Da minha satisfação, para colocar a questão de uma forma egoísta. Quer isso dizer que já é superior, hoje? Depende. O Firefox é superior, hoje, ao Internet Explorer. O OpenOffice.org é nalgumas coisas superior e noutras inferior ao MS Office. O Dia é inferior ao Visio. Estou a falar das características funcionais. Se me pagam para fazer a melhor escolha para a minha empresa ou organismo tenho de ter em conta os factores que já referi. E portanto devo estar preparado para escolher software pelas suas qualidades quer seja aberto quer seja fechado.
Mas nas minhas escolhas individuais posso escolher um produto mesmo que considere que ainda não está à altura das alternativas, precisamente para poder ajudar quem me ajuda, para poder contribuir para que um software que me é oferecido gratuitamente possa vir a ser melhor. Estes são os meus valores. Os da entreajuda, e do prazer de fazer cada vez melhor. Não o consigo fazer da mesma maneira com software proprietário e fechado. Os meus valores levam-me ao software aberto. Para mim. E para os que me ouvem.
Comecemos por aí. Quantas vezes as especificações de empresas privadas ou públicas não são "quero o software da empresa X", ou o "software Y"? Muitas, demasiadas. Espero ver cada vez mais o que já vejo com alguma frequência, as especificação das necessidades e uma abertura franca às respostas diferente do habitual. E que essas respostas sejam avaliadas pelo seu valor - quer monetário, quer em termo de corresponderem às necessidades.
Estas necessidades não devem ser apenas as necessidades funcionais - se o software serve para o que se quer - mas também as não funcionais: O software é fiável? Há suporte real e indemnizações em casa de falhas graves? Há liberdade de mudar de fornecedor? Há suporte em várias plataformas? Tudo isto faz parte do valor do software.
A minha convicção é que a ponderação isenta de todos estes factores - preço, resposta à necessidades funcionais e não funcionais - levaria à adopção de software open-source mais frequentemente do que acontece hoje. Mas não sempre. É difícil ultrapassar com honestidade as ideias pré-formadas. O que importa é antes das escolhas definir critérios de valor. E depois ser coerente. E aqui entramos nos valores.
Para ser honesto tenho que poder avaliar o software independentemente das minhas ideias pré-concebidas. E vou ser claro - tenho uma ideia pré-concebida de que o software desenvolvido segundo uma metodologia open-source tem uma vantagem inerente sobre o software proprietário - pode evoluir muito mais rapidamente no sentido da satisfação dos utilizadores. Da minha satisfação, para colocar a questão de uma forma egoísta. Quer isso dizer que já é superior, hoje? Depende. O Firefox é superior, hoje, ao Internet Explorer. O OpenOffice.org é nalgumas coisas superior e noutras inferior ao MS Office. O Dia é inferior ao Visio. Estou a falar das características funcionais. Se me pagam para fazer a melhor escolha para a minha empresa ou organismo tenho de ter em conta os factores que já referi. E portanto devo estar preparado para escolher software pelas suas qualidades quer seja aberto quer seja fechado.
Mas nas minhas escolhas individuais posso escolher um produto mesmo que considere que ainda não está à altura das alternativas, precisamente para poder ajudar quem me ajuda, para poder contribuir para que um software que me é oferecido gratuitamente possa vir a ser melhor. Estes são os meus valores. Os da entreajuda, e do prazer de fazer cada vez melhor. Não o consigo fazer da mesma maneira com software proprietário e fechado. Os meus valores levam-me ao software aberto. Para mim. E para os que me ouvem.
Linux 2006, a quente
Recém chegado do Linux 2006, as primeiras impressões:
- O auditório este sempre cheio, mas não transbordou como esperava. Mas ontem estavam a rejeitar inscrições.
- A aposta num evento de dia inteiro foi ganha, estava quase tanta gente de tarde como de manhã
- Os pontos de situação da IDC e da Caixa Mágica mostram que a implementação de Linux em particular e de open-source em geral estão a aumentar
- As presenças do Secretário de Estado da Justiça e do Coordenador do Plano Tecnológico mostram que se está a chegar ao centro da Governação. E no caso da Justiça que se está a avançar na mudança.
- Vou falar contra mim - e contra a organização: eram escusadas 4 apresentações a falar de Grids quando há tanto mais sobre que falar. As grids vão ser cada vez mais importantes fora das Universidades, mas se soubesse tinha falado de outra coisa.
- Também era escusado um PC com Windows num evento de Linux. Já tenho feito muitas apresentações em Powerpoint em Windows, e aproveito para chamar a atenção de que a preparei em StarOffice em Linux , e que a conversão demorou ..... 5 segundos. Mas é mau marketing que num evento co-organizado pela Caixa Mágica o PC das apresentações não esteja em Caixa Mágica. Não é fanatismo, é mesmo mau marketing
- À tarde gostei especialmente da apresentação do João Macedo Cunha "Linux num cinema perto de si", dedicada à utilização de Linux nas bilheteiras da Lusomundo. Muito eficaz, e gráficamente muito atraente.
- Tudo no stand da IBM era fantástico....
- Uma das coisas óptimas neste tipo de eventos é o diálogo, quer no debate quer nos intervalos. Mais encontros, mais debates, seriam muito úteis.
Uma das repercussões muito positivas do evento é a atenção mediática concedida. Os artigos no Público e no Computerworld estavem muito visíveis, com referências na primeira página e artigos muito detalhados.
Este é neste momento o grande evento de open-source em Portugal. Pode ainda ser muito maior, se os organizadores se atreverem a isso. É complicado, porque quanto maior o evento maior o risco financeiro, mas acho que valeria a pena, e que conseguiriam ainda muitos mais patrocinadores.
- O auditório este sempre cheio, mas não transbordou como esperava. Mas ontem estavam a rejeitar inscrições.
- A aposta num evento de dia inteiro foi ganha, estava quase tanta gente de tarde como de manhã
- Os pontos de situação da IDC e da Caixa Mágica mostram que a implementação de Linux em particular e de open-source em geral estão a aumentar
- As presenças do Secretário de Estado da Justiça e do Coordenador do Plano Tecnológico mostram que se está a chegar ao centro da Governação. E no caso da Justiça que se está a avançar na mudança.
- Vou falar contra mim - e contra a organização: eram escusadas 4 apresentações a falar de Grids quando há tanto mais sobre que falar. As grids vão ser cada vez mais importantes fora das Universidades, mas se soubesse tinha falado de outra coisa.
- Também era escusado um PC com Windows num evento de Linux. Já tenho feito muitas apresentações em Powerpoint em Windows, e aproveito para chamar a atenção de que a preparei em StarOffice em Linux , e que a conversão demorou ..... 5 segundos. Mas é mau marketing que num evento co-organizado pela Caixa Mágica o PC das apresentações não esteja em Caixa Mágica. Não é fanatismo, é mesmo mau marketing
- À tarde gostei especialmente da apresentação do João Macedo Cunha "Linux num cinema perto de si", dedicada à utilização de Linux nas bilheteiras da Lusomundo. Muito eficaz, e gráficamente muito atraente.
- Tudo no stand da IBM era fantástico....
- Uma das coisas óptimas neste tipo de eventos é o diálogo, quer no debate quer nos intervalos. Mais encontros, mais debates, seriam muito úteis.
Uma das repercussões muito positivas do evento é a atenção mediática concedida. Os artigos no Público e no Computerworld estavem muito visíveis, com referências na primeira página e artigos muito detalhados.
Este é neste momento o grande evento de open-source em Portugal. Pode ainda ser muito maior, se os organizadores se atreverem a isso. É complicado, porque quanto maior o evento maior o risco financeiro, mas acho que valeria a pena, e que conseguiriam ainda muitos mais patrocinadores.
22 março 2006
Seis requerimentos sobre a Microsoft
Segundo o Público de hoje, 22 de Março, o grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República apresentou seis requerimentos sobre o Memorando de Entendimento assinado entre a Microsoft e o Governo português. (Aqui para quem tem assinatura electrónica do Público)
Esses requerimentos pedem esclarecimentos sobre vários assuntos:
Ficamos a aguardar as respostas.
Esses requerimentos pedem esclarecimentos sobre vários assuntos:
- Ao Primeiro-Ministro, sobre o fundamento legal para a celebração do memorando, "como se de relações económicas e de cooperação entre Estados se tratasse", e a ausência de processo de selecção de empresas. E se o Governo "está ou não em condições de apresentar uma quantificação, mesmo que previsional, dos montantes de investimento público necessários à concretização das 19 medidas do memorando"
- Ao Ministério da Justiça, sobre o âmbito, objectivos e enquadramento legal da "colaboração estreita" com a Polícia Judiciária, e a que "redes internacionais de conhecimento" fica a PJ vinculada com o memorando, exprimindo especial preocupação quanto à "segurança de dados informáticos detidos e geridos pela Polícia Judiciária no âmbito da investigação criminal.
- Ao Ministério da Educação sobre o "programa de literacia digital", que pressupõe a existência nas escolas de "um programa curricular fornecido ao Ministério por uma empresa privada" e direccionado "para a utilização de determinados produtos e técnicas que são um exclusivo" da Microsoft. E também sobre o projecto-piloto de adaptação à futura geração de aplicações Windows Vista e Office, considerado uma "estratégia comercial e operação de marketing preparada pela Microsoft"
- Ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a "formação com certificação Microsoft" nos politécnicos, questionando se estes foram ouvidos e se foi feito algum estudo sobre o assunto
- Aos Ministérios do Trabalho e da Economia sobre a asinatura de um acordo que prevê a participação num programa de estágios de 4300 empresas "que nunca terão sido sequer consultadas"
- Ao Ministério dos Negócios Estrangeiros se ponderou apoiar projectos de cooperação e desenvolvimento nos países africanos com recurso a software livre, em vez de fomentar estágios para jovens dos PALOP nas empresas parceiras da Microsoft
Ficamos a aguardar as respostas.
Linux 2006
Relembra-se aqui que o evento Linux 2006, organizado pela Sybase, Caixa Mágica Software e Adetti é já para a semana, na quinta-feira dia 30 de Março.
Este é o maior evento de Software Aberto em Portugal, já na sua 4ª edição, e merece uma saudação calorosa. Talvez sejam surpreendidos pela enchente que irão ter, pois creio que em Portugal estamos nas vésperas de uma explosão desta àrea. Há muitos sinais nesse sentido, e várias iniciativas interessantes em preparação. Há fogo debaixo do gelo que tem sido este monopólio do software em Portugal.
Quero saudar aqui o alargamento do evento a multinacionais como a Redhat, a IBM, a Sun Microsystems e a Bull, que por um lado traduz o crescimento em termos da adopção de que estou a falar, e por outro pode trazer bastante mais participantes e adesões de empresas e organismos públicos ao software aberto. Em eventos internacionais análogos a presença da HP e da Intel também já é habitual, inclusive em roadshows próprios, mas em Portugal estas empresas ainda estão muito enfeudadas ao pensamento único. Vou apostar que isso vai mudar durante o próximo ano.
E também quero saudar a participação do Secretário de Estado da Justiça. Está a ser pioneiro na Administração Pública. Como todos os líderes, em breve estará mais acompanhado.
Quase em simultãneo, no dia 28 de Março, realiza-se o evento "Software Livre na Administração Pública", organizado pelo Grupo Algébrica. Trata-se de uma entidade privada com fins lucrativos, e portanto a sua aposta neste evento é um sinal de que esperam uma animação do mercado nesta área. É pena a coincidência de datas na mesma semana, porque também conseguiram reunir um grupo muito interessante de actores da Administração Pública, como o ITIJ (Instituto de Tecnologias de Informação na Justiça) , o IIMF (Instituto de Informática do Ministério da justiça) , a Secretaria Geral do Ministério da Cultura, o Instituto Nacional de Estatítica e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. É pena também o preço elevado das entradas, o que me impedirá de assistir. Mas eventos comerciais são assim mesmo.
Mas não faltarei ao Linux 2006. Há fogo debaixo do gelo.
Este é o maior evento de Software Aberto em Portugal, já na sua 4ª edição, e merece uma saudação calorosa. Talvez sejam surpreendidos pela enchente que irão ter, pois creio que em Portugal estamos nas vésperas de uma explosão desta àrea. Há muitos sinais nesse sentido, e várias iniciativas interessantes em preparação. Há fogo debaixo do gelo que tem sido este monopólio do software em Portugal.
Quero saudar aqui o alargamento do evento a multinacionais como a Redhat, a IBM, a Sun Microsystems e a Bull, que por um lado traduz o crescimento em termos da adopção de que estou a falar, e por outro pode trazer bastante mais participantes e adesões de empresas e organismos públicos ao software aberto. Em eventos internacionais análogos a presença da HP e da Intel também já é habitual, inclusive em roadshows próprios, mas em Portugal estas empresas ainda estão muito enfeudadas ao pensamento único. Vou apostar que isso vai mudar durante o próximo ano.
E também quero saudar a participação do Secretário de Estado da Justiça. Está a ser pioneiro na Administração Pública. Como todos os líderes, em breve estará mais acompanhado.
Quase em simultãneo, no dia 28 de Março, realiza-se o evento "Software Livre na Administração Pública", organizado pelo Grupo Algébrica. Trata-se de uma entidade privada com fins lucrativos, e portanto a sua aposta neste evento é um sinal de que esperam uma animação do mercado nesta área. É pena a coincidência de datas na mesma semana, porque também conseguiram reunir um grupo muito interessante de actores da Administração Pública, como o ITIJ (Instituto de Tecnologias de Informação na Justiça) , o IIMF (Instituto de Informática do Ministério da justiça) , a Secretaria Geral do Ministério da Cultura, o Instituto Nacional de Estatítica e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. É pena também o preço elevado das entradas, o que me impedirá de assistir. Mas eventos comerciais são assim mesmo.
Mas não faltarei ao Linux 2006. Há fogo debaixo do gelo.
16 março 2006
Os bites e as aspirinas
Recomendo uma leitura neste blog "O Jumento".
Nele podem encontrar por exemplo este certeiro artigo "Os Bites e as Aspirinas"
Cumprimentos ao autor
Se há dois mercados muitos semelhantes em Portugal são os mercados dos medicamentos e do software, e não é porque os produtos sejam similares, mas sim porque as práticas são quase as mesmas. E as semelhanças não se ficam pelas regras do jogo, ocorrem também entre os genéricos e o software open source, em ambos os casos os profissionais preferem o mais caro sem explicar bem porquê.
Se perguntarmos a um médico porque prefere prescrever um medicamento de marca em vez de um medicamento genérico, e questionarmos a um informático a razão porque opta, por exemplo, pelo Oficce da Microsoft em vez de escolher o OpenOffice, a resposta é mais a o menos a mesma. O médico dir-nos-á muito provavelmente que o medicamento de marca pode ser ligeiramente mais eficaz, assim como o informático nos vai dizer que o Office tem uma pequena função que o OpenOffice não disponibiliza, e nem o médico nos garante que a tal eficácia infinitesimal é necessária para curar o doente, nem o informático tem a certeza de que a tal função seja necessária ou se será alguma vez utilizada.
Da mesma forma que os medicamentos de marca oferecem viagens a congressos, um serviço de apoio técnico que dispensa esforços adicionais, bajuladores de propaganda médica e mais algumas mordomias, também a compra de software de marca tem as suas vantagens, mas ou menos as mesmas, senão mesmo mais, que os medicamentos de marca.
Tal como nos medicamentos de marca para a mesma doença cada marca oferece o seu medicamento, também para o mesmo tipo de função cada marca de software oferece a sua aplicação. E da mesma forma que os médicos tendem a fidelizar-se especializar-se nos medicamentos de uma determinada marca, também os informáticos são firmes defensores dos produtos de uma ou outra marca.
É mais cómodo esperar que uma marca de software nos resolva o problema, recorrer a uma consultora e, de vez em quando, fazer uma viagem de estudo, do que utilizar uma aplicação em que não há uma empresa para a embrulhar em simpatias e mordomias, nem consultoras para nos fazer o trabalho. No Estado em vez de se gastar o menos possível, não raras vezes a vantagem está em gastar o mais possível.
PS: Se José Sócrates tivesse levado os dirigentes da DGITA à Finlândia estes ficariam a saber (será que não sabem?) que o ministério das Finanças daquele país está mais adiantado no domínio do e-learning e que usa uma aplicação de open source
[Moodle].
Nele podem encontrar por exemplo este certeiro artigo "Os Bites e as Aspirinas"
Cumprimentos ao autor
Se há dois mercados muitos semelhantes em Portugal são os mercados dos medicamentos e do software, e não é porque os produtos sejam similares, mas sim porque as práticas são quase as mesmas. E as semelhanças não se ficam pelas regras do jogo, ocorrem também entre os genéricos e o software open source, em ambos os casos os profissionais preferem o mais caro sem explicar bem porquê.
Se perguntarmos a um médico porque prefere prescrever um medicamento de marca em vez de um medicamento genérico, e questionarmos a um informático a razão porque opta, por exemplo, pelo Oficce da Microsoft em vez de escolher o OpenOffice, a resposta é mais a o menos a mesma. O médico dir-nos-á muito provavelmente que o medicamento de marca pode ser ligeiramente mais eficaz, assim como o informático nos vai dizer que o Office tem uma pequena função que o OpenOffice não disponibiliza, e nem o médico nos garante que a tal eficácia infinitesimal é necessária para curar o doente, nem o informático tem a certeza de que a tal função seja necessária ou se será alguma vez utilizada.
Da mesma forma que os medicamentos de marca oferecem viagens a congressos, um serviço de apoio técnico que dispensa esforços adicionais, bajuladores de propaganda médica e mais algumas mordomias, também a compra de software de marca tem as suas vantagens, mas ou menos as mesmas, senão mesmo mais, que os medicamentos de marca.
Tal como nos medicamentos de marca para a mesma doença cada marca oferece o seu medicamento, também para o mesmo tipo de função cada marca de software oferece a sua aplicação. E da mesma forma que os médicos tendem a fidelizar-se especializar-se nos medicamentos de uma determinada marca, também os informáticos são firmes defensores dos produtos de uma ou outra marca.
É mais cómodo esperar que uma marca de software nos resolva o problema, recorrer a uma consultora e, de vez em quando, fazer uma viagem de estudo, do que utilizar uma aplicação em que não há uma empresa para a embrulhar em simpatias e mordomias, nem consultoras para nos fazer o trabalho. No Estado em vez de se gastar o menos possível, não raras vezes a vantagem está em gastar o mais possível.
PS: Se José Sócrates tivesse levado os dirigentes da DGITA à Finlândia estes ficariam a saber (será que não sabem?) que o ministério das Finanças daquele país está mais adiantado no domínio do e-learning e que usa uma aplicação de open source
[Moodle].
13 março 2006
Software via web
Á medida que a banda larga alastra e se torna mais rápida, torna-se cada vez mais viável o software executado via web . A Google está a trilhar esse caminho com entusiasmo, e a recente aquisição do Writely, uma ferramenta de tratamento de texto via web, mostra-o claramente.
A Microsoft já percebeu também que o caminho é esse, e Bill Gates já escreveu outro memorando sobre o software como serviço e a necessidade de a empresa se adaptar a este novo modelo. O Office Live é um passo nesse sentido, consistindo em alojar os serviços de web e e-mail em Redond, e passar a receber uma mensalidade por isso.
Neste campeonato há novas regras. Por exemplo, em relação ao que se pode fazer com o Writely, que é editar os documentos e partilhá-los na web. O formato passa a ser menos relevante, porque todos aqueles com que o o criador do documento resolver partilhá-lo podem aceder a ele sem necessitar de qualquer programa à excepção do browser.
O monopólio da Microsoft continua a ser baseado no Windows e no Office. A web é bem mais competitiva. Aí já não será possível manter esse acorrentar das aplicações ao sistema operativo e esse controlo férreo do formato dos documentos. Á medida que o acesso sem fios e aplicações como o Google Maps, e o Writely se espalharem vai passar a ser cada vez menos necessário instalarmos aplicações locais. Não estou a dizer que isso vai acontecer a curto prazo. Este tipo de mudanças radicais nunca é rápida. Mas vai acontecer.
Que implicações têm estes acontecimentos sobre a comunidade de software livre ?
O esforço enorme em curso de conquistar o desktop poderá a prazo ser redireccionado para a criação de aplicações web como as que já aqui foram referidas. A guerra entre software proprietário ou livre tornar-seá então mais acesa nos servidores.
Há implicações deste movimento que têm de ser bem pensadas. É necessário assegurar o direito à saída, saber se uma pessoa pode migrar os seus documentos alojados numa aplicação para outro fornecedor web mais económico. Sim , porque parte destes serviços serão certamente pagos.
Reflexões adicionais são bem vindas. É um mundo novo.
A Microsoft já percebeu também que o caminho é esse, e Bill Gates já escreveu outro memorando sobre o software como serviço e a necessidade de a empresa se adaptar a este novo modelo. O Office Live é um passo nesse sentido, consistindo em alojar os serviços de web e e-mail em Redond, e passar a receber uma mensalidade por isso.
Neste campeonato há novas regras. Por exemplo, em relação ao que se pode fazer com o Writely, que é editar os documentos e partilhá-los na web. O formato passa a ser menos relevante, porque todos aqueles com que o o criador do documento resolver partilhá-lo podem aceder a ele sem necessitar de qualquer programa à excepção do browser.
O monopólio da Microsoft continua a ser baseado no Windows e no Office. A web é bem mais competitiva. Aí já não será possível manter esse acorrentar das aplicações ao sistema operativo e esse controlo férreo do formato dos documentos. Á medida que o acesso sem fios e aplicações como o Google Maps, e o Writely se espalharem vai passar a ser cada vez menos necessário instalarmos aplicações locais. Não estou a dizer que isso vai acontecer a curto prazo. Este tipo de mudanças radicais nunca é rápida. Mas vai acontecer.
Que implicações têm estes acontecimentos sobre a comunidade de software livre ?
O esforço enorme em curso de conquistar o desktop poderá a prazo ser redireccionado para a criação de aplicações web como as que já aqui foram referidas. A guerra entre software proprietário ou livre tornar-seá então mais acesa nos servidores.
Há implicações deste movimento que têm de ser bem pensadas. É necessário assegurar o direito à saída, saber se uma pessoa pode migrar os seus documentos alojados numa aplicação para outro fornecedor web mais económico. Sim , porque parte destes serviços serão certamente pagos.
Reflexões adicionais são bem vindas. É um mundo novo.
09 março 2006
OpenOffice.org 2.0.2 já disponível
All,
OpenOffice.org 2.0.2 is available today. It is ready now in English; check with the Native Language projects for other languages. The release is recommended for everyone. It contains some nifty new features, fixes many small bugs and resolves numerous issues. For instance, spellcheck dictionaries are now directly integrated into OpenOffice.org and are immediately available after installation; there is no need for extra downloads. The community have also added import filters for Quattro Pro 6 and Microsoft Word 2. As well, other import filters have been improved, so that documents created by other applications can be edited in OpenOffice.org more seamlessly. Continuing with the the push to enhance OpenOffice.org's business functionality, it is now easier to use mail merge. As well, integration with the KDE address book is now possible.
The appearance of the application has also been enhanced, and for Linux users, there are new icon sets for KDE and GNOME. The result of this and the other improvements is not just a prettier OpenOffice.org but a friendlier and more capable suite.
And it's free.
* Get OpenOffice.org: http://download.openoffice.org/2.0.2/index.html
* Release Notes: http://development.openoffice.org/releases/2.0.2rc4.html
* Native Language Projects: http://projects.openoffice.org/native-lang.html
OpenOffice.org 2.0.2 is available today. It is ready now in English; check with the Native Language projects for other languages. The release is recommended for everyone. It contains some nifty new features, fixes many small bugs and resolves numerous issues. For instance, spellcheck dictionaries are now directly integrated into OpenOffice.org and are immediately available after installation; there is no need for extra downloads. The community have also added import filters for Quattro Pro 6 and Microsoft Word 2. As well, other import filters have been improved, so that documents created by other applications can be edited in OpenOffice.org more seamlessly. Continuing with the the push to enhance OpenOffice.org's business functionality, it is now easier to use mail merge. As well, integration with the KDE address book is now possible.
The appearance of the application has also been enhanced, and for Linux users, there are new icon sets for KDE and GNOME. The result of this and the other improvements is not just a prettier OpenOffice.org but a friendlier and more capable suite.
And it's free.
* Get OpenOffice.org: http://download.openoffice.org/2.0.2/index.html
* Release Notes: http://development.openoffice.org/releases/2.0.2rc4.html
* Native Language Projects: http://projects.openoffice.org/native-lang.html
05 março 2006
Arquipélago de sítios de Software Livre
Há vários sítios em Portugal com o objectivo de divulgar o software livre. O gildot, por exemplo, tem feito um trabalho notável ao longo deste anos. Mas é um facto que existem por cá comunidades dispersas e por vezes ignoradas a desenvolver projectos. Há muita gente a trabalhar em ilhas, e somos frequentemente supreendidos com casos de sucesso desconhecidos, ou com projectos em que ninguém colabora porque poucos sabem que eles existem.
Este é um apelo à criação de um Arquipélago de sítios de Software Livre. Uma referênciação mútua de sítios portugueses que permita interligar mais firmemente as várias comunidades. Podem desde já inscreverem-se aqui, e depois colocar a meia dúzia de linhas de software de webring sugeridas nos vossos sítios.
Temos todos a ganhar em trabalhar em rede.
Este é um apelo à criação de um Arquipélago de sítios de Software Livre. Uma referênciação mútua de sítios portugueses que permita interligar mais firmemente as várias comunidades. Podem desde já inscreverem-se aqui, e depois colocar a meia dúzia de linhas de software de webring sugeridas nos vossos sítios.
Temos todos a ganhar em trabalhar em rede.
04 março 2006
Open Document Format Alliance
Acabou de ser formada a Open Document Format Alliance. Esta associação visa promover a utilização do Open Document Format nas Administrações Públicas, de forma a garantir um controlo público dos registos, documentos e informações que dizem respeito a todos nós.
Entre os membros contam-se a American Library Association, a Associação dos Fornecedores de Open-Source da Dinamarca, a EDS, a EMC (Documentum..), o Indian Institute of Technology, a IBM , a Internacional Open Source Network das Nações Unidas, o Massachusetts High Technology Council, a Novell, o OpenOffice.org, Opera Software, a Oracle, a Red Hat, a Sun Microsystems e a Universidade Técnica da Dinamarca.
Que tal a Biblioteca Nacional e o IIMF aderirem ?
Entre os membros contam-se a American Library Association, a Associação dos Fornecedores de Open-Source da Dinamarca, a EDS, a EMC (Documentum..), o Indian Institute of Technology, a IBM , a Internacional Open Source Network das Nações Unidas, o Massachusetts High Technology Council, a Novell, o OpenOffice.org, Opera Software, a Oracle, a Red Hat, a Sun Microsystems e a Universidade Técnica da Dinamarca.
Que tal a Biblioteca Nacional e o IIMF aderirem ?
02 março 2006
Mais custos escondidos
Associado à "oferta" de formação Microsoft a 84 cêntimos por cabeça, que afinal vai ser paga com fundos do giverno e da União Europeia, está o igualmente escondido custo de renovação dos PCs. Segundo Steven J. Vaughan-Nichols quem pretender correr o novo Windows Vista terá de adquirir um PC novo. Segundo ele, dos 20 PCs no seu escritório apenas a sua máquina corre este novo OS a uma velocidade aceitável. A descrição desse sistema é a seguinte :
"Intel Pentium D 2.8GHz dual-core processor, an Intel 945G chipset, 1GB DDR2 (double data rate) DRAM, a 250GB SATA hard drive, and built-in Intel GMA (graphics media accelerator) 950 graphic"
Como a Microsoft ainda não publicou as características recomendadas, e ainda falta algum tempo para a versão final, talvez se possa dar algum desconto - 1 CPU a 2.8 GHz talvez chegue. Mas é sem dúvida um facto de que qualquer empresa ou organismo público tem de pensar duas vezes antes de formar alguém numa tecnologia que obrigará à renovação da maior parte do seu parque de PCs..Quantos PCs empresariais têm aceleradores gráficos, por exemplo?
Podem por favor fazer contas antes de se lançarem de cabeça em despesas ocultas ?
"Intel Pentium D 2.8GHz dual-core processor, an Intel 945G chipset, 1GB DDR2 (double data rate) DRAM, a 250GB SATA hard drive, and built-in Intel GMA (graphics media accelerator) 950 graphic"
Como a Microsoft ainda não publicou as características recomendadas, e ainda falta algum tempo para a versão final, talvez se possa dar algum desconto - 1 CPU a 2.8 GHz talvez chegue. Mas é sem dúvida um facto de que qualquer empresa ou organismo público tem de pensar duas vezes antes de formar alguém numa tecnologia que obrigará à renovação da maior parte do seu parque de PCs..Quantos PCs empresariais têm aceleradores gráficos, por exemplo?
Podem por favor fazer contas antes de se lançarem de cabeça em despesas ocultas ?
Subscrever:
Mensagens (Atom)